O Reino Unido reafirmou sua soberania sobre as Ilhas Falkland depois que a Argentina saiu de um acordo de cooperação e exigiu novas negociações sobre o território do Atlântico Sul que causou uma guerra em 1982 entre os dois países.
A Argentina há muito tempo reivindica a soberania sobre as ilhas, que ficam cerca de 480 quilômetros da América do Sul e abrigam cerca de 3.500 pessoas.
A Argentina argumenta que as ilhas foram ilegalmente tomadas em 1833. O Reino Unido, que afirma que sua reivindicação territorial remonta a 1765, enviou um navio de guerra para as ilhas em 1833 para expulsar as forças argentinas que haviam buscado estabelecer a soberania sobre o território.
A Argentina invadiu as ilhas em 1982, desencadeando uma guerra de dois meses que custou a vida de 255 membros do serviço britânico, três habitantes das ilhas e 649 militares argentinos. As forças argentinas foram expulsas e o Reino Unido reafirmou seu controle.
Em 2013, os residentes das ilhas votaram esmagadoramente a favor de permanecer um território ultramarino do Reino Unido.
David Rutley, ministro britânico para as Américas, expressou decepção com a decisão da Argentina.
“A Argentina optou por se afastar de um acordo que trouxe conforto às famílias daqueles que morreram no conflito de 1982,” disse Rutley, que recentemente visitou Buenos Aires, no Twitter. “Argentina, Reino Unido e Ilhas Falkland, todos se beneficiaram com este acordo.”
A Guerra das Malvinas: Uma disputa territorial que custou vidas e marcou a história
A Guerra das Malvinas, ou Guerra Falklands, foi um conflito armado entre Argentina e Reino Unido em 1982, disputando a soberania das Ilhas Malvinas, Geórgia do Sul e Sandwich do Sul, localizadas no Atlântico Sul. A disputa começou em 1833, quando as forças britânicas expulsaram a Argentina do arquipélago. O governo argentino, desde então, vem reivindicando a posse das ilhas.
O estopim da guerra ocorreu em 2 de abril de 1982, quando as forças armadas argentinas desembarcaram na ilha principal, ocupando-a e expulsando as tropas britânicas. O governo britânico, liderado pela primeira-ministra Margaret Thatcher, respondeu enviando uma força-tarefa de mais de 100 navios e 28 mil soldados para retomar o controle do arquipélago.
A guerra durou 74 dias e deixou um saldo de 649 argentinos, 255 britânicos e três civis malvinenses mortos. O conflito foi marcado por batalhas sangrentas em terra, mar e ar, incluindo o afundamento do navio argentino General Belgrano, que custou a vida de 323 tripulantes.
A vitória britânica foi alcançada graças à superioridade tecnológica e militar, além de apoio dos Estados Unidos, que ofereceram equipamentos de inteligência e satélites para as forças britânicas. A Argentina, por sua vez, sofreu com a falta de recursos e armamento, além de conflitos internos e estratégias militares ineficazes.
Após a vitória britânica, o governo argentino passou por uma crise política e econômica, com a renúncia do presidente Leopoldo Galtieri. Por outro lado, a vitória fortaleceu a imagem da primeira-ministra Thatcher, que estava enfrentando baixa popularidade no Reino Unido antes do conflito.
A guerra deixou marcas profundas na sociedade argentina e nas famílias dos combatentes mortos. As Ilhas Malvinas permanecem sob controle britânico até hoje, mas a Argentina mantém sua reivindicação sobre o território.