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Protestos pró-Palestina Ganham Força enquanto a Elite Ocidental Ignora Apelos Populares

Protestos pró-Palestina Ganham Força enquanto a Elite Ocidental Ignora Apelos Populares

A democracia liberal está sendo destruída de dentro para fora por líderes que se recusam a se opor a Israel, apesar da pressão pública

Nos últimos dias, uma onda de protestos pró-Palestina tem varrido o mundo, em resposta à escalada da violência em Gaza desencadeada por uma invasão israelense e intensificada por uma campanha de bombardeio, resultando em milhares de mortes, principalmente de mulheres e crianças. A questão que paira é se as democracias ocidentais, que tradicionalmente apoiam Israel, sofrerão alguma mudança em sua posição diante dessa pressão global.

A resposta, em grande parte, parece ser negativa, especialmente nos Estados Unidos, onde parlamentares democratas, atualmente no poder, resistem a apelos por um cessar-fogo. O presidente Joe Biden, ao ser questionado sobre a possibilidade de interromper a violência, declarou categoricamente: “Nenhuma. Nenhuma possibilidade”.

Essa resistência preocupa, pois em uma democracia, os políticos deveriam ser responsivos à vontade popular. No entanto, nos EUA, o Partido Democrata parece estar evitando atender às chamadas dos eleitores preocupados, o que pode ter implicações nas eleições futuras. Uma pesquisa do Instituto Árabe Americano revela que o apoio de Biden entre os árabes americanos está em declínio, com apenas 17% de aprovação e 40% considerando votar no ex-presidente republicano Donald Trump em 2024.

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Manifestantes realizam um protesto exigindo um cessar-fogo em Gaza, na rotunda do Edifício de Escritórios da Câmara dos Representantes, no Congresso dos EUA, em 18 de outubro de 2023, em Washington, DC.
Manifestantes realizam um protesto exigindo um cessar-fogo em Gaza, na rotunda do Edifício de Escritórios da Câmara dos Representantes, no Congresso dos EUA, em 18 de outubro de 2023, em Washington, DC.

Os protestos massivos e a crescente insatisfação mostram que a democracia ocidental, especialmente nos Estados Unidos, está em crise. Quando os líderes políticos ignoram a vontade popular, surge uma séria crise nas instituições que deveriam ser fundamentais para uma sociedade democrática.

Mesmo considerando a inclinação pró-Israel de Biden, como presidente, ele tem a responsabilidade de preservar a democracia, especialmente diante de uma crise em grande escala. Manter uma posição inabalável em relação a Israel, contrariando os protestos internos, é um erro significativo.

A situação na Europa é mais complexa, com alguns países, como República Tcheca e Hungria, mantendo forte apoio a Israel e até proibindo manifestações pró-Palestina. O presidente francês Emmanuel Macron, embora tenha instado Israel a parar os bombardeios, enfrenta críticas internas por seu apoio a Israel, enquanto alguns países, como Irlanda e Espanha, são abertamente críticos a Israel e consideram romper laços diplomáticos.

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A falta de unidade na política externa da UE destaca a fragilidade do quadro comum, especialmente sob a liderança de Ursula von der Leyen, que alguns consideram uma figura pró-guerra hipócrita.

É evidente que, a cada dia que o ataque a Gaza persiste, torna-se mais difícil justificar moral e logicamente o apoio incondicional do Ocidente a Israel. O mundo está observando, percebendo que a hegemonia ocidental pode estar chegando ao fim. Líderes que resistem à pressão pública estão inadvertidamente minando as instituições fundamentais da sociedade ocidental, à medida que mais pessoas se desiludem com a democracia.

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